Quinta-feira, 12 de Março de 2009
Alma
Tantas vezes sou sonhador
Um simples trovador
Não procuro encantar
Antes estou encantado
Tantas vezes saio de mim
Para ser mais de ti
Pois amar é saber cuidar
Ser tu antes de ser eu
Ser tu sem deixar de ser
Ser mais por te querer
E faço e desfaço, sonho e realizo
Tantas vezes idealizo
E se em sonho, sonho viver
Vivo um sonho até morrer
Esta é a alma de quem te ama
Que não pisa chão, antes voa
Que só não é , antes quer ser
Um doido de amor meio à toa
Completo só por te ter
Segunda-feira, 9 de Março de 2009
Viagem
Há sempre um momento
Em que te tenho que deixar
Por muito que te leve comigo
Sinto sempre que vais ficar
Como Sol e Lua que se separam
É na hora da despedida
Que as ondas do mar se calam
Para dar voz à minha querida
Soltam-se as amarras
Pelos céus vou navegar
Ficam em mim as tuas garras
Que me fazem sempre voltar
Vou e logo sou caçador
Entre estrelas e sois
Procuro apenas a luz
Que me leve ao meu Amor
Segunda-feira, 2 de Março de 2009
História de Amor
O que fazer?
Quantas vezes nos questionamos desta forma?
Sentado no banco de cimento frio, insensível ao seu próprio ser, era como se não existisse. Os seus olhos nada viam, alagados pela secura de quem evoca os céus perante uma catástrofe. Nada ouvia por entre o ruído ensurdecedor das máquinas construídas pelo Homem que nada lhe diziam. As suas mãos, abraçadas entre si, pediam ao mundo que se virasse de costas para que se pudesse soltar num grito de dor. O ar era inspirado por instinto caso contrário já tinha deixado de respirar. À sua frente o mundo tinha parado, nada se mexia nem ele nesse mundo. Passaram-se horas e horas e horas a fio sem que nada acontecesse. Aguardava. Aguardava o nada no meio do seu nada. Era uma boa altura para um terramoto, um maremoto, um acidente, qualquer coisa que o fizesse desaparecer. Morreria sem sentir dor, sem sentir nada, porque a Esperança em si já não existia.
Uma dia ela disse-lhe: “Não te vou dizer que não posso viver sem ti, porque sei que posso. Mas não quero.Amo-te! Por razão nenhuma, só porque sim”. E com este pensamento forçou-se a acordar. Não seria isto que ela quereria para ele. “Não desistas” ouviu no fim do ínfimo de si próprio. Recordou-se do seu olhar, do encanto dentro daquele olhar, daquela profundidade que o fazia engolir em seco, baixar as sobrancelhas, humedecer os olhos, arrepiar a pele e amaciar o coração. Esse era o “amo-te” que o desarmava sempre... “Este pensamento é eterno em mim” pensou…
E a terra começou novamente a girar, devagar, lentamente e a dar-lhe um pouco de espaço para que pudesse começar a… sobreviver… ao Amor da sua vida.
O Amor da nossa vida está em nós, a partir do momento em que o deixamos entrar… Nunca se atrevam a deixa-lo partir… "Amar significa nunca termos que pedir desculpa"...