Quarta-feira, 30 de Setembro de 2009
Tristeza
Quem abriu a torneira?
Já transborda de mim
Abriu e saiu da minha beira
Não lhe posso dar fim
Afogo-me
Enrolo-me
Preencho um cubículo
Pequeno, ridículo!
Verdade, convicção
Deram lugar à
Ilusão, Incerteza
Já nada mais há
Entre fios e arames
Entre tábuas firmes
Resta-nos acreditar
E jamais parar
Terça-feira, 29 de Setembro de 2009
Abalo
Foi com um simples gesto
Que o meu coração abalou
Um pouco por todo o lado
O teu brilho se espalhou
Nada mais de relevante
Se fez ali notar
O mais importante
Era ficar ai a pasmar
Com muito amor
E algum humor
Se cozinha a vida
É um tempero
Que agrada a todos
O teu, é o que quero
... A rodos :)
Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009
.- -- --- -.
Ponto, Traço, Espaço, Traço
Traço, Espaço, Traço, Traço
Traço, Espaço, Traço, Ponto
Não importa o formato
Não importa o espaço
Importa sim a essência
Assim te digo sem traço
Não, não estou tonto!
Espera... Falta o ponto!
Ponto, Traço, Espaço, Traço
Traço, Espaço, Traço, Traço
Traço, Espaço, Traço, Ponto!
Quinta-feira, 24 de Setembro de 2009
Roleta
A vida é uma roleta
Onde a sorte se diverte
A vida é uma treta
Se com ela a gente se mete
A vida é um fio
De água cristalina
Vem um vento pela matina
Vai-se o fio num assobio
A vida é uma roleta
Onde somos parte sorte
Outra parte somos razão
Outra somos coração
A vida é uma roleta
À procura do norte
Por vezes na nossa mão
Outras no teu coração
Mas roleta que se preze
Sabe que há um momento
Sabe a quem se render
Oh! Fazia disto uma tese
Talvez até doutoramento
Se não fosse sorte, fosse saber
Como com ela me perder
Quarta-feira, 23 de Setembro de 2009
Alucinação
Sentado, por vezes elevo as mãos ao rosto, num acto inato que procura ajudar a resolver o problema mais recente ou a encontrar a melhor resposta para a questão que acabou de me ser colocada. Nesse momento, nesse preciso momento, despido outrora de qualquer característica especial que o fizesse notar, vieste a mim. Inevitavelmente se solta um sorriso discreto neste rosto sisudo, cúmplice entre os lábios e o olhar. Aparentemente não me movo, não me mexo, mas por dentro, o corpo sente... vibra. As mãos, essas, espremem de si o cheiro que te acolhe e que por mim entra. O cheiro doce e profundo que me transporta para fora daqui, para ti, estejas onde estiveres. O cheiro intenso que me alucina. O cheiro. O cheiro que mais que meu, é nosso, porque com ele vem o teu vento e com teu o vento vêm as recordações... Os planos... E principalmente... O presente.