Sexta-feira, 30 de Outubro de 2009
(Es) Inscrita
Deitado, na sombra de ti
Aguardo, espero, aqui
No mar adormecido
Ao largo do teu abrigo
Escuto, no silencio
Sinto, na calma
A imensidão do nós
O infinito da alma
Vem, na brisa, levita
No caminho, na escrita
... e a todos, um optimo fim de semana!
Quarta-feira, 28 de Outubro de 2009
Instante
Sentado no escuro
Num quarto do coração
Ouço-te chegar
E logo te estendo a mão
Preso no olhar
Que ilumina o espaço
Tudo á volta pára
O tempo não sabe o que diz
O tempo passa e não o sinto
E sinto mais por não o sentir
O instante leva o tempo
E perdido, não o deixo ir
Segunda-feira, 26 de Outubro de 2009
Arte
Por mais belo que seja o cenário onde nos encontramos, apenas perdurará no coração, mais do que na memória, se o sentirmos ao sabor de quem lhe dá o perfeito enquadramento...
... Liguem-se os sentidos até se perder o sentido...
... E por mais imperfeito que possa ser o espaço, o local, o tempo... o momento, esse será sempre perfeito e intemporal em nós.
Sexta-feira, 23 de Outubro de 2009
Quero
Já sei o que pedir ao pai natal este ano. Quero um comando. Não um comando qualquer, um comando do tempo. Não? Pronto… eu sei, é pedir demais. Quero então um comando do momento. É que tenho sempre a sensação que, por muito que te mire (e só Deus sabe o quanto eu gosto de o fazer) não consigo ter tempo suficiente para guardar naquelas prateleiras da memória de que já te falei todos os pormenores de ti com o detalhe suficiente para os poder recordar como quero. Não que tenha receio que me fujas (ou será que tenho?) mas porque é absolutamente delicioso aproveitar aqueles momentos do dia a dia em que não fazemos nada a reviver com toda a intensidade um momento nosso. Além do mais, há sempre a possibilidade de soltar um daqueles sorrisos idiotas que, ou contagia quem está à nossa volta ou nos embaraça o suficiente para pensarmos que nos estão a achar de facto, uns idiotas. Pronto. Mete lá uma cunha a ver se consegues sim?
Quinta-feira, 22 de Outubro de 2009
Ventos
Usamos as palavras tantas vezes para sublinhar ou engrandecer um sentimento ou um momento que nos diz mais. Mas é no dia a dia que, com pequenos gestos ou acções, sublinhamos ou enaltecemos a nossa vida. E fazemos isso ligando a realidade ao nosso imaginário, de forma quase permanente. Mais do que um anel agarrado ao dedo anelar esquerdo que simboliza o compromisso de vida que assumi, encontro o meu amor no ar e nos objectos que me rodeiam ou mesmo, apenas e somente, na mente. E encontro-te assim. Em qualquer lugar. E a cada encontro solto um sorriso, um raio de olhar. E sei, sei que se alguém estivesse a ver para alem do olhar, te encontraria em mim, naquele instante, e perceberia, que te amo. Mato saudades assim a toda a hora. No ritual diário que me tira de perto de ti mas que, ao mesmo tempo, não te solta de mim. Na folha caída no chão em forma de coração, na flor solitária que luta por sobreviver no muro de pedra, na forma das nuvens ameaçadoras atravessadas por uma gaivota que acredita ser mais forte que elas, no vento que imagino ser o teu beijo e o teu abraço.
É como se, todas as manhãs me vestisse e perfumasse de ti. E assim, todos os dias, envolto em ti, vou.
Para onde tiver que ir.