Paro. Por instantes senti-te aqui. Muito ao de leve, um aroma doce, um trago de ti. Rodo sobre mim de olhos abertos procurando a tua sombra em qualquer espaço visível mas não te encontro.
Encontro as folhas verdes das arvores que rodopiam ao sabor do vento e me levam até ti naquele momento em que dançavas deliciada ao sabor de uma musica que amas;
Encontro uma montra de objectos cujo objectivo a que se destinam me levam até ti pela admiração que tenho pelo teu trabalho, pela tua forma de agarrar a vida;
Encontro um calendário de onde saltam números que me transportam para momentos em que morri a amar-te em todos os instantes que passei ao teu lado para que depois docemente ressuscitasse no teu abraço;
Encontro um vento que me acaricia o rosto e logo me entrega o teu ar quente sobre a minha pele que me faz arrepiar a alma;
Encontro um cabelo poisado sobre a minha camisa que me recorda o momento em que nos abraçamos num lago de saudade até que o mesmo secasse sob nós;
Encontro a tua voz que me aprisiona em voluntariado. E Amor, tu sabes o quando adoro a tua voz, o timbre que cativa, a energia que emociona, a alegria que contagia. E a noção do tempo que se perde.
E as minhas pernas cedem. O meu sangue parece que parou só para te ver passar, instala-se uma estranha fraqueza que pede apoio e o coração dá um jeito de si. Suspira e solta o teu nome sobre mim que me cobre e me preenche, desde a pele até à alma.
Ainda parado me apercebo que nunca saíste daqui. Apenas te senti mais intensamente por um momento. A brisa do mar colhe mais alguns metros que passam por mim e novamente te sinto colada a mim. Entendo. Interiorizo. De olhos fechados agora rodo sobre mim à tua procura. E encontro-te no perfume que resta em mim e que sobrou do beijo doce da manhã. Suspiro. Expiro. Solto este ar que me devora de saudade e ao mesmo tempo me alimenta de ti.
E sorrio. Sorrio tantas vezes. Tantas vezes quantas as vezes em que uso as letras que constroem as palavras que te dizem o quanto eu gosto de ti. E por muito que as use, elas estão sempre novas.
À minha volta existe um mundo. Nesse mundo existes tu. E existes a partir de uma certeza, a certeza de que, em qualquer lugar que eu esteja, olhe para onde olhe, te veja sempre, a ti, o meu Amor.
De
R.Cheiros a 11 de Setembro de 2008 às 16:17
Uau... Fantástico!
Excelente declaração de amor, e as palavras...
(por outras palavras alguém já disse em algum lado que eu não gosto muito de comentar post de amor. )
Esta tua declaração está soberba e gosto particularmente do conjunto de expressões que utilizas que sem serem melosas atingem o objectivo...
Que mulher não gostaria de ser amada assim?
""À minha volta existe um mundo. Nesse mundo existes tu. E existes a partir de uma certeza, a certeza de que, em qualquer lugar que eu esteja, olhe para onde olhe, te veja sempre, a ti, o meu Amor.""
Retirei este pedaço que na minha interpretação ao ler tem a particularidade de ser intemporal...
Que amor? De ontem de hoje ou de amanha? o que importa. Que seja o perfeito no momento perfeito:)
Não sou de comentar muitos blogues e sou um bocado estabanada nas apreciações, portanto sorry se alguma coisa foi de mais.
Mas parece-me que tenho que dar uma séria volta pelo teu, de certeza que tenho perdido muita coisa a ver pelo post de hoje.
Bj
Olá,
Já postei sobre momentos no passado, já escrevi sobre o presente em abstracto, sobre sonhos e desejos... Hoje escrevo sobre uma realidade que me preenche... sobre alguém que amo e que, dia a dia, continua a crescer em mim e comigo...
Fico contente por gostares da forma como escrevo... até parece que por momentos me esqueci do "lamechas" que por vezes sei que sou. ;)
A frase que retiraste pode ser de facto intemporal... Hoje tem nome, e até do nome me apaixonei...
Volta sempre e quando quiseres...
Um abraço
Luís
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