… há momentos na vida em que tememos, duvidamos, sofremos, ponderamos e no fim acabamos por não nos decidimos por nada e ao mesmo tempo, nesta indecisão, acabamos por decidir não decidir. E este não decidir para a ser uma decisão… e a vida passa… e o tempo calmamente paira sobre nós, em círculos, sobre o ar que expiramos, como se de uma ave de rapina fosse, à espera do momento certo… para nos agarrar… para nos levantar do chão e percebermos que não saímos do mesmo lugar desde que (in)decidimos… acredito que muitos de nós já passaram por momentos, períodos assim…
… e há momentos na vida em que arriscamos, acreditamos, exaltamos, permitimo-nos sentir, transformando o abismo que tantas vezes usamos para empurrar memórias para o esquecimento, num cume montanha, pintada de sol e de brisa, onde está tudo o que se precisa para termos a certeza que vamos voar… para temos a certeza de que, neste processo de aprendizagem, está sempre alguém à nossa espera com mercúrio e algodão (sim, ainda sou do tempo do mercúrio), com um abraço e um beijo, com um sorriso e com uma palavra, sempre que tropeçamos e caímos. E é esse alguém que nos impele a tentar de novo até que sejamos plenos das nossas capacidades… sejamos um eu melhor, um eu complementar, um eu que se junta a um tu e forma um laço, um nó, um NÓS…
… e há o dia de hoje em que, sentado nesta cadeira, sorrio por dentro e por fora,
porque te encontrei,
porque me encontraste,
porque nos encontramos
e principalmente
porque estás em mim e me sinto em ti, porque em mim há hoje certezas, porque o tempo hoje não é uma ave de rapina… é um ANJO que nos protege…
PS: e se algum dia me perguntares o quanto eu gosto de ti eu te direi... procura um quadro que te faça chorar, procura uma canção que te faça vibrar, encontra a dança que te faça esquecer, procura o abraço onde queiras adormecer... e será sempre mais... porque a cada pestanejar te vejo novamente e diferente... e te reinscrevo em mim, mais e mais bela...