(inicio)
Preso em arames, tardo em me soltar
Olho o chão e ainda sinto o teu ar
Não abro janelas, as portas batem atrás
O medo que solto derrete o frio que faz
Neste tempo o tempo é ilusão
Momento incerto que alucina e pede perdão
O vento inquieto levanta a sua mão
O tempo passou e hoje já pode respirar
O sopro do vento hoje é brisa no ar
Entra pelas mãos e chega ao teu olhar
Destino feliz que me pede para ficar
Venho pesado e vim para me soltar
Soltas as amarras que me prendiam o andar
Sou livro aberto para que possas entrar
Sou folha branca onde te possas desenhar
Pedaços de ti que guardo no meu regaço
Cola de gente, é assim o nosso abraço
E laço estreito onde só cabemos nós
É mundo, é espaço onde nunca estamos sós
(fim)