Rola a areia no areal
Entre salpicos de sal
Seu caminho é o do vento
Sem abrigo do tempo
Rola a areia no areal
Olha a onda enrolada
Fustiga o grão indefeso
Mesmo se molhado, coeso
Rola a areia no areal
Fita ao longe a duna
Da raiz do juncal
Faz abrigo da espuma
Desconhecia tamanha beleza
Que tão perto de si coexistia
Rolava apenas no areal
Mais queria mas não podia
Doravante já não rola
Antes mira o horizonte
Por sinal o admira
Do canto do seu monte
Quantas vezes rolamos, rolamos, ao sabor do vento, sem saber muito bem porquê porque apenas temos que nos preocupar com o rolar… até que um dia encontramos um abrigo e paramos. Olhamos à volta e ficamos surpreendidos com tantas coisas lindas que nos rodeiam e que, apesar de tão perto, nunca reparamos nelas.
PS: obrigado por seres o meu abrigo! Apesar de já ver menos bem, ainda consigo ver muito mais do que via antes, quando via melhor.