Usamos as palavras tantas vezes para sublinhar ou engrandecer um sentimento ou um momento que nos diz mais. Mas é no dia a dia que, com pequenos gestos ou acções, sublinhamos ou enaltecemos a nossa vida. E fazemos isso ligando a realidade ao nosso imaginário, de forma quase permanente. Mais do que um anel agarrado ao dedo anelar esquerdo que simboliza o compromisso de vida que assumi, encontro o meu amor no ar e nos objectos que me rodeiam ou mesmo, apenas e somente, na mente. E encontro-te assim. Em qualquer lugar. E a cada encontro solto um sorriso, um raio de olhar. E sei, sei que se alguém estivesse a ver para alem do olhar, te encontraria em mim, naquele instante, e perceberia, que te amo. Mato saudades assim a toda a hora. No ritual diário que me tira de perto de ti mas que, ao mesmo tempo, não te solta de mim. Na folha caída no chão em forma de coração, na flor solitária que luta por sobreviver no muro de pedra, na forma das nuvens ameaçadoras atravessadas por uma gaivota que acredita ser mais forte que elas, no vento que imagino ser o teu beijo e o teu abraço.
É como se, todas as manhãs me vestisse e perfumasse de ti. E assim, todos os dias, envolto em ti, vou.
Para onde tiver que ir.